Recentemente ouvi a Luciana Mazeto, diretora do filme “Irmã”, expor a seguinte utopia como mote para o enredo do seu filme: “Como seria uma mulher que nunca foi ensinada a ter medo?” .
Parei ali, não consegui assistir a entrevista até o fim. Sonhei com essa frase, com o rosto da diretora, com o filme que nunca assisti. Atenta aos sinais do meu corpo resolvi elaborar aquilo de algum modo, estava na pira. .
Foi daí que tive a primeira ideia para o ensaio-encontro-exercício com as mulheres da minha rua. E se eu fotografasse durante um mês as mulheres da minha rua? E se a partir da fotografia eu conversasse com elas, contasse como fui parar ali, ouvisse qual foi seu último medo, seu último sonho, qual saudade, qual sua história? .
Me lancei! O resultado foi o encontro com muitas mulheres incríveis e suas histórias.
Corpo povoado de energia e imensidão. Elas me autorizaram a postar seus retratos e alguns trechos de suas histórias aqui, mas o processo completo desse trabalho culminará em uma exposição na própria rua 23 de Setembro, espaço onde todas nós habitamos o mesmo endereço e carregamos no corpo marcas, medos e sonhos tão diferentes. .
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Dedico esse trabalho a todas as mulheres, as de perto e as de longe, as que existem e as que sobrevivem, as que tem histórias e as que nem sabem que tem, as que calam e as que lutam todos os dias pelo direito de não calar. Olhemos ao redor! .
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